Anúncio foi feito em entrevista coletiva após visita a executivos da montadora na Coréia do Sul

O prefeito de São Paulo, João Doria, informou em entrevista coletiva que iniciou negociações com a Hyundai para instalação de uma fábrica de ônibus não poluentes no Estado de São Paulo.
O anúncio foi feito numa entrevista coletiva em Seul, capital da Coreia do Sul, onde Doria realiza uma visita nesta semana, após encontro com executivos da montadora.
O objetivo é auxiliar a renovação da frota de ônibus de São Paulo, incluindo veículos não poluentes. A Hyundai fabrica ônibus elétricos puros com bateria, híbridos e com tração elétrica a partir do hidrogênio.
No Brasil, já existem empresas que produzem veículos de transporte coletivo sobre pneus menos poluentes.
A Eletra, em São Bernardo do Campo, instalada há mais de 30 anos, por exemplo, ao longo desse tempo sente a falta de incentivos das diversas esferas de governo para ampliar a sua atuação.
Além de poucas diferenciações tributárias, os ônibus elétricos no Brasil sofrem pelo fato de não haver marcos regulatórios mais próximos da realidade para criar cronogramas de substituições de frota em grandes centros.
A Lei de Mudanças Climáticas da capital paulista prevê todos os ônibus não poluentes até 2018, com substituição gradual de 10% por ano desde 2009, quando esta lei entrou em vigor.
No entanto, nem 7% da frota dos 14.700 ônibus paulistanos hoje, em 2017, se enquadrariam na lei.
No Rio de Janeiro, os projetos de BRT, corredores de ônibus mais modernos, que atendem a uma parte da cidade também não contemplaram instalação de sistemas menos poluentes.
Curitiba que, já foi exemplo de mobilidade para o país, mas hoje sofre com má gestão do sistema por parte dos diversos agentes, tanto operadores como gestores públicos, também hoje conta apenas com veículos diesel operando nos BRTs, muitos dos quais já desatualizados diante da necessidade da demanda. Foram colocadas algumas unidades com biodiesel em proporção maior
Há um projeto aprovado numa PMI, Proposição de Manifestação de Interesse, aberta pela prefeitura de Curitiba, denominado CIVI – City Vehicle Interconnect, que deve contar com ônibus híbridos e, posteriormente, elétricos puros. A inciativa é de um consórcio formado pela Associação Metrocard, que reúne as empresas de ônibus da região metropolitana de Curitiba, da Nórdica, representante da montadora Volvo, e pela construtora Cesbe S.A. – Engenharia e Empreendimentos. O projeto prevê uma rede de cinco corredores que somam 106 quilômetros: Aeroporto/Centro Cívico; Tamandaré/Cabral; Linha Verde; Araucária / Boqueirão; e Norte/Sul. O sistema deve contar com aproximadamente 300 estações de embarque e desembarque, todas conectadas por cabos de fibra ótica.
Por enquanto, tudo isso é apenas um plano, sem data para sair no papel numa capital onde se discute remuneração pela operação e as empresas estão amparadas numa liminar judicial que desde 2013 as desobriga de renovar a frota enquanto os números de prefeitura e empresários não se acertam.
Em outros grandes centros, como Salvador, Distrito Federal e Recife, também nada de concreto e substancial sobre ônibus menos poluentes.
Além da Eletra, no Brasil, a Volvo produz ônibus híbridos, com motor à combustão e elétrico, desde 2012, em Curitiba.
Fora a tração elétrica, há alternativas como o aumento do uso do biodiesel nos tanques dos coletivos em São Paulo.
A associação que representa o setor desse tipo de combustível quer antecipar para todo país autorização para aumentar a proporção de 8% (B8), de biodiesel no óleo diesel, para 9% (B9). Os produtores e distribuidores defendem a antecipação para julho. O aumento para 9% está previsto para 2018.
Já a montadora Scania aposta no GNV – Gás Natural e, posteriormente biometano, que pode ser usado no mesmo veículo, sem alteração, para a frota. Em maio, por iniciativa de uma empresa da zona Oeste, a unidade em demonstração vai circular em testes pela capital paulista.
AR E WI-FI:
Na viagem à Coreia do Sul, o prefeito e o secretário municipal de transportes e mobilidade, Sérgio Avelleda, anunciaram também que até 2020 toda a frota de ônibus da capital deve contar com acha condicionado equipamento de wi-fi.
Hoje, segundo Avelleda, apenas 10% da frota possuem equipamento de refrigeração e os ônibus com wi-fi também são minoria .
Não foi definido ainda como seriam cobertos os custos para instalação e manutenção das tecnologias na frota.
Com informações: Diário do Transporte