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EM AL: Passagem de ônibus a R$ 4,10 em Maceió quase anula aumento do mínimo

Reajuste aprovado pelo Conselho de Transportes causa revolta na população; para entrar em vigor ainda precisa sancionado


Rodrigo Fonseca / Ônibus Brasil




Com a aprovação do aumento da passagem de ônibus na última semana pelo Conselho Municipal de Transportes Coletivos, a população maceioense já prevê mais aperto no orçamento. A tarifa que atualmente está em R$ 3,65 pode ir para R$ 4,10 caso o prefeito Rui Palmeira sancione. Para quem pega dois ônibus por dia, de segunda a sábado, a diferença chega a R$ 22,50. O salário mínimo aumentou R$ 41. Sobram pouco mais de R$ 10 de reajuste para organizar as contas.
No Centro de Maceió, as pessoas já começam a avaliar essa mudança. João Paulo Brauna dos Santos acha a medida injusta. “Acho muito caro, difícil para bancar. Toda semana cinco dias, no mínimo duas passagens, eu gasto três passagens por dia. Quando soma tudo durante a semana fica bem pesado. As condições do ônibus são bem precárias. Vou ter que abrir mão de algumas coisas. Com R$ 3,65 já ficava apertada, agora a R$ 4,10 o lanche já era”.
Uma jovem que preferiu não ser identificada concorda com a insatisfação. “Ônibus são lotados, uma demora absurda para passar. Vai mudar muito minha programação financeira, porque pego quatro ônibus por dia. Terei que abrir mão de muita coisa, tenho que rever os benefícios que vou ter. Não tem como deixar de andar de ônibus, vou ter que abrir mão de outras coisas”.
A crítica às condições do transporte é recorrente. Jaqueline da Silva reclama da estrutura dos coletivos. “Eu acho absurdo porque o calor está muito grande, falta de ônibus, principalmente no Benedito Bentes. A população cresce cada dia mais e o ônibus não vai dando conta. O ônibus superlotado, idosos vão em pé porque não tem lugar pra sentar. Absurdo, falta de respeito com a população”.
Já o vendedor Wilson dos Santos Oliveira compara com a realidade de outros estados. “Acho caro, porque em São Paulo você pega um ônibus e anda não sei quantos quilômetros por menos de R$ 4, e aqui você vai pagar R$ 4,10 para andar 10, 15 quilômetros. Isso vai ser tirado do dinheiro da feira”.
Segundo análise da economista Luciana Caetano, a passagem no novo valor compromete 40% do salário mínimo. O reajuste corresponde a 12,33%, enquanto a inflação acumulada de janeiro a novembro é de 3,65%.
“Essa mesma população vem bancando elevação de preços acima da inflação de produtos essenciais como gás de cozinha, carne, feijão e legumes”.
O salário mínimo que era de R$ 998 chegou a R$ 1.039 com o reajuste anual. A diferença representa pouco mais de 3%.


Com informações: Tribuna Hoje

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